A Prece

A Última Prece de Jacques DeMolay

Queimo nessa fogueira
Fogo terrível que arde,
Nessa prece derradeira
Aos olhos do covarde...
Tenho em Deus a cena
E o toque de seu clarim
Que viver valeu a pena
Mesmo sendo esse meu fim!
Que olho o meu algoz
Bem dentro de seus olhos
E penetro-lhe minha voz
Rasgando-lhe seus sonhos!
Pois de morte igual a esta
Meu Cristo já padeceu
Receber-me-á em linda festa
Ao adentrar-me então no céu!
E com aquele olhar paterno
Banhar-me-á em misericórdia
Enquanto meu algoz jaz no inferno
Comendo o alimento da discórdia!
Pois aqui jaz me sucumbo
Traído pela triste sorte
Caio feito um moribundo
Dou as mãos a própria morte!
Mas a justiça é perfeita
E ao covarde não demora
A morte vem e se ajeita
Tal qual se ajeita agora.


By Osny Alves

Comentários

  1. Muito interessante, este exercício, de imaginar estas derradeiras palavras...
    Um poema forte e muito sentido!

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  2. Concordo com as palavras de minha amiga Dulce Moraes, um belo exercício, que terminou num poemas muito sentido e repleto de fé. Um abraço.

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